sábado, 26 de maio de 2012

CONFORTO

Por muitos dias eu vaguei. Pelos pensamentos, pelos momentos, pelas dores que eu sentia, pelo ressentimento, pelo coração partido.
Muitas vezes, chorei. De tristeza, de raiva, inconformada por ter sido rejeitada, negado o meu acesso ao restrito mundo que fazia parte.
Por muitas noites, meus olhos se recusaram a fechar, a insônia batia forte, e os pensamentos iam de um lado para outro, martelando sempre a mesma pergunta, querendo respostas e só encontrando o eco amargo do silêncio.
Muitas vezes fechava os olhos para ver as imagens do passado, tão nítidas, e encontrava algum conforto nelas.
Para depois,  abrir os olhos e ver a realidade, sem surpresas, tão sem graça, sem palavras, sem sentido.
Mas
Aos poucos as imagens foram desaparecendo, mesmo a contra gosto, mesmo forçando , elas simplesmente apagaram.
As lágrimas cansaram de cair, deixaram de existir.
O vácuo foi se enchendo de um não sei que de conforto.
Pela primeira vez eu conseguia pensar e não me revoltar.Olhar para trás e não entristecer.
Levantar os olhos e ver que parte da minha história havia terminado e que nada, nada, faria voltar.
Fui sentindo uma espécie de alívio, quase um agradecimento.
Comecei coisas novas, encerrei assuntos pendentes, cortei relações não saudáveis, parei de sentir pena de mim.
Hoje, vejo o sol brilhar lá fora e me sinto vencedora, onde antes havia uma vencida.
Vejo uma combatente, antes abatida.
Vejo um caminho, antes um buraco.
Veja a mim mesma.
Hoje sei que posso ser feliz.Sem o dever de agradar a todos, sem a necessidade de segurar as "barras" alheias.
Hoje, voltei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário